Ao assistir o documentário “Onde a Coruja Dorme”, no Canal Brasil, a minha revolta pela
maneira como Brasil trata o brasileiro foi as alturas. Não consigo aceitar a
maneira como são tratados o talento e a capacidade intelectual do brasileiro.
Em
“Onde a Coruja Dorme” vê-se o que ví durante minhas andanças pelo Brasil; pessoas talentosas tendo que deixar sua engenhosidade e o desenvolvimento de
sua capacidade intelectual de lado em detrimento das suas necessidades, bem como de
suas famílias.
É
incrível como este país é hostil ao talento e a inteligência.
Perdemos dia a
dia, engenheiros, médicos, escritores, compositores, professores e muitos
outros talentos para a ocupação laboral insalubre e desmedida. O trabalho deveria ser benéfico e prazeroso, mas neste
caso é a única saída. Mas a única saída para onde? De onde?
O trabalho nunca fez mal a ninguém, pelo contrário; lapida e enobrece o indivíduo. Mas quantos tem oportunidade de trabalhar com aquilo que tem talento? Quantos tem a oportunidade de colocar em prática sua engenhosidade?
Seria presunção minha tentar calcular quantas vezes ví
talentos perdidos neste mundão de meu Deus. Talentos montados a cavalo, na lida
diária das fazendas ou enfrentando a pá e a picareta nos grandes centros; em
comum as mãos ásperas, pele maltratada pelo sol e o cansaço que nem sempre impede
o brilho da engenhosidade, habilidade em ensinar ou inteligência em encontrar
novas alternativas para o até então impensado.
O que seria deste país se
educação fosse levada a sério e todos tivessem a mesma oportunidade?
O que seria deste país se educação tivesse o mesmo status do futebol?
E se a
escola realmente ensinasse?
E se as escolas rurais não fossem diuturnamente
desassistidas e fechadas?
E se os professores fossem valorizados?
E se os pais educassem
moralmente e comportamentalmente seus filhos em casa e na escola os enviasse apenas
para o ensino?
O Brasil tenta assassinar o seu próprio futuro...
Marcus Rezende
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários e críticas são sempre bem vindos